Por Govinda Madhava DD
Vivo com meu marido e filho em Ubatuba, litoral Norte de São Paulo. Meu mestre espiritual, Dhanvantari Swami, esteve em nossa casa e viu nossa loja na frente e nossa horta atrás. Ele demonstrou gostar tanto, que me pediu para eu contar minha experiência pra vocês.
Sou membro de uma enorme dinastia vaishnava composta por, pelo menos, três famílias originais, que já chegaram à quarta geração e que já perderam a noção de seu tamanho. Eu sou a caçula da segunda geração.

Meus pais Acyuta e Aditi, já falecidos, criaram seus filhos alimentando-os com prasada, quase toda proveniente do quintal de nossa casa. Krishna Das, meu marido, teve experiência muito parecida com a minha em sua educação familiar. Portanto, depois de construirmos nossa casa, ele foi pra loja e eu fui pro quintal preparar a terra pra plantar. E plantei tanto comida, como flores!
No início o trabalho foi mais duro, porque o solo do quintal tinha acumulado muito resto de construção. Retirei tudo e revirei toda a terra numa profundidade de quatro a cinco palmos.
O terreno vizinho à nossa casa é baldio, Krishna Das tomou a iniciativa de mantê-lo limpo para evitar acúmulo de lixo urbano e a aproximação de bichos peçonhentos. Ele limpava o terreno do vizinho e eu recolhia todo o resto da vegetação roçada por ele para usar em nossa compostagem.
Aproveitei que o terreno ficou limpo e já plantei bananeiras, arriscando que os frutos fossem levados pelas pessoas que passam pelo local, mas eu pensava mesmo era no reaproveitamento das folhas e do caule das bananeiras para a composteira, então arrisquei. Deu certo e ninguém tem roubado os cachos de banana. Eu é que tenho de colher, oferecer a Krishna e sair distribuindo o excedente pela vizinhança. Mas garanto que isso tem sido bem prazeroso.


Irrigar a plantação do quintalzinho com água tratada tem duas desvantagens: Desperdiçar o tratamento feito pela companhia de águas, e pagar caro pela água para regar as plantas… Acontece que o apelido de nossa cidade é “Ubachuva” por causa da frequência de chuvas. Então, decidimos recolher e estocar a água da chuva para reaproveitá-la na irrigação. Essa foi outra coisa que também deu muito certo.
Clientes de nossa loja e devotos que admiram nossa plantação perguntam como fazemos com as pragas. Minha experiência ainda é pequena, mas já aprendi que o negócio é deixar a terra muito rica para as plantas ficarem resistentes. Se, ainda assim identifico risco de praga, antes que se instale eu borrifo as plantas com calda bordalesa ou calda de pimenta.


O adubo que uso é o obtido pela compostagem de restos de cascas da cozinha e das podas, o humos e chorume das minhocas de nosso minhocário e, eventualmente, quando vamos a Nova Gokula, um pouco de esterco de vaca, que recolho pela pastagem.
Ah! Quanto custa manter tudo isso? Meu gasto é mínimo, quase tudo vem de reaproveitamento.
É muito bom poder oferecer alimentos frescos a Krishna e compartilhá-los na forma de prasada com familiares, devotos, vizinhos e clientes da loja!
Veja abaixo fotos de algumas flores que a família usa para fazer guirlandas e decorar o altar de casa e o do templo:




Dhanvantari Swami Govinda Madhava DD plantação quintal Ubatuba
Last modified: junho 14, 2025